A penúria causada pela situação econômica, política e moral que acomete o país, vem impactando drasticamente a área de projetos. Já passamos por crises antes – aliás, o cidadão brasileiro é especialista em crises – mas, nos últimos 50 anos, nunca se teve desolação semelhante à que atravessamos agora.

Liquida Brasil. O governo vende o Brasil, transferindo patrimônio público sob a panacéia da privatização, para tapar rombos e irrigar os interesses de seus “aliados” em troca de apoio e sustentação. E os contribuintes continuam lesados em seus direitos a saúde, segurança e educação. Enquanto o congresso vota pautas importantes como a reforma política, a reforma previdenciária, o novo fundo partidário e os cortes de orçamento, procurando manter as regalias dos políticos, do executivo, do legislativo, do judiciário e de toda a cadeia de beneficiados ligados a eles, a população parece estar no modo avião, preservando o que ainda resta de recursos e energia, para um futuro incerto, que aponta para maiores dificuldades.

Desesperança. O mais grave da atual crise é a falta de perspectiva de melhora. A falta de esperança. Cansada de noticiar tantas falcatruas, a mídia se esforça em encontrar sinais de que as coisas estão melhorando. Mas parece que o Brasil deixou de ser aquele país do futuro, que confortava as mazelas do presente. Cresce o sentimento de que o barco está à deriva e o capitão continua se fartando no jantar. Se pudessem, nossos deputados e senadores – outros dos comensais – votariam agora, a antecipação da copa do mundo, a realização de uma meia olimpíada ou qualquer outra coisa que pudesse desviar a atenção dos rabos presos, das fichas sujas e da corrupção.

Projeto é Mudança. Para construir o futuro são necessários projetos e, não havendo visão de futuro não há projetos e, assim, o presente tende a se estender. Como projeto é mudança, a falta de projetos implica em falta de mudanças. Os projetos estão esperando as mudanças e as mudanças estão esperando os projetos. Com isso, observa-se uma queda vertiginosa na demanda de profissionais de gerenciamento de projetos. Logo agora que se difundiu tanto este campo do conhecimento e se formou tantos novos profissionais, paradoxalmente, aqueles que poderiam operacionalizar as mudanças tão necessárias.

Reação. Por maior que seja a decepção com o cenário atual, a mudança está em cada um de nós. Não podemos nos acomodar no “deixe estar”. Cabe a cada um de nós fazer saber ao seu representante no condomínio, na associação do bairro, na Câmara Municipal, na Câmara Estadual e no Congresso Nacional a atitude dele esperada e cobrá-lo antes, durante e depois de cada intervenção importante. Esse é o caminho para resgatar a esperança, passarmos a cuidar melhor desse nosso país maravilhoso e torná-lo viável para o futuro de nossos filhos e netos.

O que você acha? Vamos fazer disso um projeto?