Gerenciamento de Projetos é um campo de conhecimento relativamente novo. Sua teoria central de escopo, prazo e custo não é extensa, e tem conceitos, técnicas e ferramentas bem delimitados. Também não exige complexidade matemática e, a menos de alguns tratamentos estatísticos, o nível secundário de matemática é suficiente para o seu entendimento e aplicação.

Por outro lado, os aspectos “emprestados” de outros campos de conhecimento, referentes a recursos humanos, comunicação, qualidade, riscos, aquisições e stakeholders são muito vastos. Dependendo do projeto, estes aspectos podem ser predominantes, exigindo do Gerente do Projeto um domínio maior destes temas.

Guias de Gerenciamento de Projetos

Instituições como o PMI – Project Management Institute, a IPMA – International Project Management Association e a APM – Association for Project Management, dentre outras, publicam guias para definir e organizar o corpo de conhecimento e as competências envolvidos no Gerenciamento de Projetos. Estes guias reúnem os conceitos, técnicas, ferramentas e processos mais aplicados e contribuíram muito para equalizar a terminologia utilizada em Gerenciamento de Projetos. É um grande equívoco, porém, acreditar que conhecer o conteúdo destes guias é o suficiente para gerenciar bem projetos.

Embora estes guias ofereçam informações importantes, Gerenciamento de Projetos é um campo de conhecimento iminentemente prático, em que a verdadeira sabedoria é conquistada por meio da aplicação do conhecimento e da experimentação dos conceitos, técnicas e ferramentas.

Se por um lado estes guias – em especial aqui no Brasil, o PMBOK do PMI – ajudaram a difundir os conceitos e equalizar a terminologia, por outro lado, parecem ter pasteurizado o Gerenciamento de Projetos, a ponto de dar a falsa impressão – principalmente para os principiantes – de que tudo que não esteja totalmente conforme o que ele sugere, tende a estar errado. Quem sabe por isso mesmo, haja tantos livros repetitivos, a maioria traduzindo ou interpretando o PMBOK. Parece ter havido um efeito castrador de ideias que não estejam totalmente alinhadas ao framework por ele sugerido.

Não se deve esquecer também, que o PMBOK é resultado do trabalho voluntário de praticantes que se propuseram a contribuir para a sua realização. Isso imprime virtudes, deficiências e, principalmente, a característica de ser evolutivo, como inclusive é preconizado desde sua primeira edição e corroborado pelo fato de se ter uma nova revisão a cada quatro anos.

Softwares de Gerenciamento de Projetos

Outro equívoco comum é pensar que os softwares de Gerenciamento de Projetos podem, por si só, garantir um bom gerenciamento. Muitas empresas vendem – e muita gente compra – a ideia de que o software vai resolver todos os problemas. Não é raro encontrar praticantes que dominam o software, mas não conhecem os fundamentos do gerenciamento, tornando-se reféns das funcionalidades, sem saber direito o que de fato querem da ferramenta e como ela está chegando aos resultados apresentados. Como os relatórios, planilhas, tabelas e cronogramas ficam esteticamente elegantes, coloridos, podem dar a impressão – para outro desavisado – de que estão corretos, mesmo se não estiverem.

Embora os softwares de gerenciamento, em especial o MS Project aqui no Brasil, tenham ajudado a difundir e facilitar o uso de alguns instrumentos de gerenciamento, eles podem induzir o usuário a se acomodar às suas limitações e aos produtos que eles são capazes de entregar.

Gerenciamento de Projetos exige de seus praticantes um contínuo aprimoramento, tanto em assuntos da área de aplicação do projeto, quanto nos diversos aspectos da gestão. Neste sentido, os guias e softwares contribuem, mas é a aplicação, a experimentação e a prática que provêm a maestria neste ofício.

A Nexor Consultoria tem programas de treinamento com aplicação prática dos conceitos, técnicas e ferramentas e oferece serviços de consultoria e coaching que apoiam novos gerentes de projeto na aplicação das melhores práticas em seus projetos.